Como reduzir as contaminações ambientais e acidentais em parcelas de Agricultura Biológica

A agricultura em Modo de Produção Biológico (MPB) tem como princípios fundamentais a preservação da saúde do solo, das plantas, dos animais e dos consumidores. No entanto, quando estas explorações se encontram em proximidade com parcelas vizinhas conduzidas em modo convencional, podem surgir riscos de contaminação ambiental ou acidental que comprometem a integridade do sistema biológico.

Fontes de contaminação mais frequentes

As contaminações podem ter origem externa, a partir de explorações vizinhas, ou interna, decorrente do uso inadequado de máquinas e fatores de produção:

  • Parcelas vizinhas: arrastamento de pesticidas por pulverizações, infiltração de nitratos e herbicidas através de águas subterrâneas ou escorrência superficial, poluição atmosférica (metais pesados junto a estradas de tráfego intenso), ou ainda contaminação por pólen de culturas geneticamente modificadas.

  • Máquinas e fatores de produção: utilização de equipamentos que tenham estado em contacto com produtos convencionais, aplicação de estrumes não devidamente compostados ou uso de fertilizantes não autorizados em MPB.

Estratégias de prevenção

Embora a eliminação total do risco não seja possível, existem diversas medidas que permitem reduzir significativamente a probabilidade de contaminação:

  1. Escolha da localização da exploração – Sempre que possível, optar por zonas rodeadas por floresta ou áreas naturais, que funcionam como barreira contra contaminantes externos.

  2. Barreiras físicas e vegetais – Implantar sebes densas, muros ou faixas de vegetação espontânea que atenuem o impacto de pulverizações vizinhas e filtrem águas de escorrência.

  3. Gestão das culturas – Evitar instalar culturas suscetíveis junto a parcelas com variedades geneticamente modificadas.

  4. Monitorização da qualidade do solo e da água – Realizar análises químicas regulares para deteção precoce de nitratos, pesticidas ou metais pesados.

  5. Limpeza de equipamentos – Garantir que máquinas utilizadas anteriormente em agricultura convencional sejam devidamente higienizadas antes de entrarem em contacto com as parcelas biológicas.

  6. Gestão dos fertilizantes orgânicos – Estrumes bem curtidos antes da aplicação, de forma a reduzir a presença de sementes infestantes e agentes contaminantes.

  7. Controlo dos fatores de produção – Solicitar sempre o parecer ao organismo de apoio técnico antes da utilização de qualquer fertilizante comercial ou produto de nutrição vegetal.

  8. Sensibilização da vizinhança – Informar e envolver os agricultores vizinhos, incentivando práticas mais sustentáveis e reduzindo, assim, o risco de contaminações cruzadas.

A PREVENÇÃO é a melhor ferramenta para proteger a agricultura biológica. Manter a integridade do Modo de Produção Biológico não é apenas uma exigência legal, mas sobretudo uma garantia de qualidade, confiança e sustentabilidade para o consumidor e para o futuro da agricultura e do Planeta.

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